sábado, 8 de março de 2014

RUBENS MATUCK: UM ILUSTRADOR E ATIVISTA AMBIENTAL



          


 
















 

                        RUBENS MATUCK: UM ILUSTRADOR E ATIVISTA AMBIENTAL
                                  (Neide Medeiros Santos – leitora votante FNLIJ/PB)  


            A delicadeza do beija-flor e as proezas acrobáticas do seu voo enchem os olhos de quem ama o milagre da vida.
            (Thiago de Mello. Amazonas: águas, pássaros, seres e milagres).


            Em 2013 houve uma grande produção de livros infantojuvenis com o olhar votado para a preservação dos pássaros, das matas, da natureza. Isso se fez sentir tanto nos textos escritos como nas ilustrações. Dentro desse universo, há um escritor/ilustrador que explora esses temas há cerca de 20 anos – Rubens Matuck.
            Quem é Rubens Matuck?                        
            Rubens Matuck é formado em Arquitetura e Urbanismo pela FAU/USP. É escritor e ilustrador de livros infantis, um defensor do meio ambiente. A flora e a fauna do Brasil estão sempre presentes em seus textos de forma engajada. É um ativista ambiental. Já publicou mais de 30 livros destinados às crianças. Em 2013, publicou e participou como ilustrador de três livros que receberam boa acolhida da crítica – Buriti (Ed. Peirópolis); A Praça (Ed. Ôzé), texto de Carlos Moraes e A Perigosa Vida dos Passarinhos Pequenos (Ed. Rocco), texto de Míriam Leitão. Os dois últimos livros citados receberam bonitas ilustrações de Rubens Matuck.  
            Um pouco de cada livro:
            Buriti – O buriti é a maior palmeira do Brasil, é conhecida como a árvore da vida, denominação também dada ao baobá, na África, chega a atingir 30 metros de altura.  Neste livro, denominado por Oscar D ´Ambrosio como “caderno de memórias ou lembranças de viagens”, Matuck representa essa majestosa árvore utilizando desenhos em aquarela e lápis preto.
            O livro foi resultado de uma pesquisa que durou vários anos em diferentes cidades e nas regiões em que se encontra esta palmeira. O pesquisador/ilustrador retomou o processo dos antigos livros manuscritos, antes do processo da imprensa gráfica. Ao examiná-lo, parece que estamos diante de um livro antigo, com apresentação em letra manuscrita, contendo anotações feitas pelo autor.  
            Dividido em três partes – O fruto do buriti, A palmeira e a vereda, O veredeiro e suas artes, o leitor acompanha o nascimento do fruto, local do cultivo; as veredas e o trabalho feito pelo homem (o veredeiro). Do buriti, tudo se aproveita: o fruto é comestível, as folhas são transformadas em fibras trançadas e utilizadas para fazer bolsas, chapéus, sandálias.  A madeira serve para confecção de móveis, mesas, cadeiras e até instrumentos musicais. Há uma informação interessante sobre a flor do buriti – ela só floresce a cada três anos. A flor é amarela com leves toques de laranja.
            “Buriti” é um misto de livro de arte e de informação.
            A Praça – Este livro contém duas histórias, uma fictícia, criada por Carlos Moraes e outra real, criação de Rubens Matuck. A praça é o motivo condutor dos textos. Carlos Moraes apresenta a história de cinco adolescentes que, através de um trabalho escolar, conseguem mudar a paisagem desolada e humanizar a praça que ficava nas proximidades da escola. Foi um trabalho de conscientização da comunidade.
Matuck trouxe para as páginas do livro uma história real de uma praça situada no bairro Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. Os moradores desse bairro, com incentivo do artista, têm participado ativamente da revitalização da praça. Belas aquarelas, desenhos de árvores, pássaros e pessoas em atitude de trabalho, tudo isso vem comprovar que quando existe cooperação é possível mudar o mundo.  Tanto na ficção como na vida real, podemos transformar vidas.     
            A perigosa vida dos passarinhos pequenos – Será que estamos diante de uma fábula moderna? Sim, caro leitor, aqui os pássaros dialogam, se reúnem em assembleia, reivindicam direitos, atuam como seres humanos.  Míriam Leitão, jornalista, conhecida por sua participação em temas econômicos e políticos, dá uma pausa nesses assuntos, se volta para a ecologia e aparece como uma escritora engajada com o reflorestamento da Fazenda Brejo Novo. Com a colaboração de Matuck, que tem dedicado toda sua vida em defesa do meio ambiente, o livro traz o colorido dos pássaros e o verde da mata.
            Uma nota da autora esclarece que o lugar existe, fica em Minas Gerais, perto do Rio de Janeiro e os pássaros habitam esse lugar sagrado e intocado. Com a ajuda da família, ela criou uma Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) e ninguém pode derrubar nenhuma árvore nessa área nem aprisionar os passarinhos. Viva os passarinhos pequenos que habitam esse paraíso!
            Nas últimas páginas do livro, Matuck ilustrou os 14 passarinhos que participaram da história, entre eles, canarinho-da-terra, bem, - te-vi, andorinha, coleirinho, beija-flor, sabiá-laranjeira e vários outros. Houve a preocupação do pesquisador/ilustrador de acrescentar uma pequena descrição de cada pássaro.
            Esses livros vêm revestidos de beleza artística e contêm mensagens de respeito à natureza e de amor aos pássaros e às árvores. São informativos e artísticos ao mesmo tempo.    

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