domingo, 21 de março de 2010

Uma vida dedicada à poesia


Uma vida dedicada à poesia

[...] a poesia deste momento

inunda minha vida inteira.

(Carlos Drummond de Andrade. Poesia)

A trajetória poética de Elizabeth Hazin começou nos idos de 1974 com o livro “Poesias”, edição particular. Seis anos depois, publicou “Verso e Reverso” (Edições Pirata, Recife, 1980). Com “Casa de Vidro”, a poeta conquistou o prêmio nacional de poesia Jorge de Lima e o livro foi editado pela EDUFAL (1982). Em 1983, surgiu “Arco-íris”, coletânea de poemas infantis com selo da CEPE, Recife. Seguiram-se muitos outros livros, vários prêmios nacionais, tudo no reino da poesia.

Quem é Elizabeth Hazin?

Elizabeth nasceu em Recife, é formada em Letras. Fez mestrado, doutorado e pós-doutorado em Literatura Brasileira. Foi professora de Literatura Brasileira e Literatura Infantil na UFPE e UFBA. Atualmente é professora da UNB. A poeta e a professora caminharam sempre juntas.

Em 2009, a editora Vieira & Lent, reconhecendo o valor poético de “Arco-íris”, resolveu reeditá-lo. Fernando Leite, artista plástico e designer, foi o responsável pelas ilustrações. Em nota apensa ao livro, pinçamos esta opinião:

“Para criar as páginas coloridas do Arco-íris, fez muita arte com sua filha, Antonia. Testou tintas, pincéis e pinceladas em papéis com texturas diferentes. E fez muitos desenhos: mar, montanhas, árvores, grilos, borboletas, flores e frutos. Depois escaneou tudo e foi montando cada uma dessas 32 páginas.”

Qual é a proposta desse livro? Brincar com as palavras, as cores e encantar todos aqueles que têm sensibilidade para a poesia e a pintura.

Se a poesia não tem idade, “Arco-íris” condiz com o tempo sem limites. Para a menina Íris, são coisas corriqueiras e possíveis: deslizar no céu, cair nas ondas do mar, pintar os caminhos, admirar os passarinhos, brincar com as borboletas e sair por aí pintando e bordando.

Íris é uma menininha cheia de sonhos e de ânsia. Acompanhemos a pequena, e com as cores do arco-íris vamos dar um passeio pela terra.

O violeta será usado para colorir a asa da borboleta; o anil para representar a mais pura água do rio; o azul simbolizará o mar do norte e do sul; para a floresta, a escolha é a cor verde; o amarelo servirá para pintar o sol; o alaranjado será utilizado para fazer o pó dourado do deserto e o vermelho lembrará o batom do céu em tardes ardentes.

Com o destino traçado, as cores buscam novos caminhos. Em cada página do livro, uma cor se apresenta, agora há mais liberdade e mais espaço. O que a menina deseja da “coramarela”?

“amarelas borboletas

tornem-me feliz a vida

amarelo estou de fome

quero a já amadurecida

fruta amarela do sonho

-miolo da margarida” (p.18)

E o verde?

“Ah que saudades que tenho

dos anos verdes da vida! “(p. 17)

Será que a menina se tornou adulta? Estamos no território da poesia e tudo pode acontecer.

Depois de navegar por todas as cores, chegou a hora do descanso, Iris desliza do céu e só “resta a lembrança/ de sonhos que não serão.” (p.29)

‘“Arco-íris” não termina com a leitura do livro, ele continua na internet. Se o leitor quiser saber mais sobre o livro, recomendamos que faça uma visita à página da editora Vieira&Lent, lá irá encontrar os poemas que foram musicados por César Barreto. Depois dessa visita, irá cantar e dançar ao som dos versos musicados, brincará com as cores e a vida ficará inundada de poesia, de música e de cores.

Um comentário:

Aline disse...

Que encanto! E gostei muito dessa idéia dos vídeos.